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17 de ago. de 2013

Relato: Holandês Voador


Eu eu, meus pais, e mais uns 2 ou 3 casais com seus filhos na nossa casa de veraneio em Virginia Beach. Era um sábado quente. Depois de um dia inteiro de festa e muita bebida, a noite os casais saíram para as "noitadas". Ficou eu, e os outros 4 filhos dos casais. Entre eles, duas garotas. Uma extremamente obesa (o que era estranho, pois sua mãe, seu pai e seu irmão não possuíam nenhum traço de obesidade), e uma outra linda loira, porém metida. Ninguém queria aquela mimada por perto.

Eu e os outros dois garotos resolvemos ir para o quintal bater uma bola. Jogamos mais ou menos durante 2 horas. As garotas chegaram ao ponto de dormirem. Como estávamos muito próximos da praia, e sabendo que nossos pais iam chegar perto do amanhecer, resolvemos ir dar uma visita à praia. Andamos por mais ou menos meia hora na areia gelada. Logo, um dos garotos correu de volta para casa por vontade de ir no banheiro (para fazer o número 2). Eu e o outro ficamos ali parado encostados em algumas rochas enormes que haviam ali. 

Ficamos tanto tempo ali esperando o cagão (até porque não me impressionava a demora dele, depois de comer quase sozinho uma tigela de pudim, uns 4 quilos de carne sozinho, entre outras porcarias) que o meu acompanhante pegou no sono. Ficou ali, dormindo na areia. Continuei a olhar o mar. Algum tempo depois, eu vi um navio muito grande surgir do horizonte. Uma neblina tomou toda a praia, sem contar um ar gelado que deu. Algo me fez roubar um dos barcos de pesca que ficavam ancorados na areia para os pescadores saírem às 5 e meia da manhã. De onde tirei força? Não me pergunte. Comecei a remar rumo ao oceano.

Eu não conseguia parar. Algo me dizia "navegue, navegue... O Albatroz lhe espera...". O navio foi ganhando forma. Um navio muito mal acabado aliás. Porém intimidador. A lua cheia refletia nas águas escuras do oceano Atlântico. Quando cheguei perto do navio, tudo sumiu. Quando me dei conta já estava a bordo do velho navio.

Havia um homem na borda, olhando para as águas infinitas no horizonte. Ele tinha uma aparência de um mendigo, porém intimidador, assim como seu navio. Ele olhou para mim. Senti um calafrio. "Garoto, sua alma me pertence agora... Seja bem-vindo a minha tripulação". Eu não estava entendendo nada. Será que eu também havia dormido com meu amigo e estava apenas sonhando?

Uma mulher veio flutuando... Flutuando? Realmente? Eu devia estar ficando louco. E começou a discutir num vocabulário desconhecido por mim com o mendigo. Eles olharam para mim. 

"O Holandês não perdoa ninguém, filho" disse o mendigo "por mais que vá agora, sua alma será perseguida por mim, até mesmo após do juízo final...". 

PUF.

Depois disso, quando me dei conta, estava deitado na beira da água todo encharcado com um remo do meu lado. Como vou contar isso alguém? Quem irá acreditar em mim?  

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